
Pelo meio do Oceano, até ao Brasil...
Sim, são novas descobertas: Era suposto encontrar o ritmo cubano, dançar salsa loucamente. E esquecer o grande cartaz da noite. Não enganou, a vista da tenda. Os veraneantes ausentes para quem o senhor de camisola ás riscas olha, todos juntos, teriam auxiliado a encher a tenda. Havia espaço em 1/6. O resto decidu comprimir-se lá á frente.
Metade eram brasileiros e brasileiras. Produtos genuínos, no geral. A galera empolgou-se com os tambores, o ritmo, as danças quentes lá em cima. As danças propagaram-se cá para baixo, corpos a roçarem, suor transferido do olhar para o peito, das pernas para a boca, entre sexos ocultos. Sorrisos, braços no ar, saltos sem parar.
Metade das pessoas mais dois ou três, percebiam que toda aquela farsa, encenação, é um filho do fado. Que os olhares repentinamente delirantes, se esgotam na euforia, e logo ficam baços, adulterados por tudo o que é real.
Metade das pessoas menos duas ou três não perceberam o que é olhar para uma praia vazia: Continuam a pensar que o espírito brasileiro, miscelânea africana-lusitana-indígena, é feliz. Não sabem que é quente por causa de áfrica, ritmado por causa dos nativos, sofrido por causa de nós.
Que passamos a vida a regressar ao Sr. da Pedra. A caminhar numa praia, no fim do Verão.
Nós: que esquecemos a praia para levantar os olhos para o Oceano. O Brasil está do outro lado. Ninguém, para além de quem está deste e do outro lado, o resto do mundo, percebe o que é contemplar o mar.
Adenda, (and I mean it): tenho saudades do Netinho. Do cantado por escuteiros e do ouvido na rádio, a descer encostas de carro... Perdão pelo desabafo, os pensamentos retomam a normalidade em breve.
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