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novocaína para a alma

Em todos nós há um 'Beautiful Freak'. Todos nós temos um 'Beloved Monster'. O mundo inteiro olha-nos com olhos esbugalhados.

Tuesday, November 13, 2007

Não sei.

Quantas voltas da um nó? Quantos laços fazem um tecido? Quantos reencontros esperamos que não acontecem?

Guardo apenas o exemplo. Redutos. E de repente, mais do que nunca, sinto que se esvai, de vez, o que existia.


Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Ricardo Reis



Sem dúvida, custa perder alguém. Mas custa muito mais perder quem antes de se cruzar na nossa vida, já estava, de braços abertos e ternos, a acolher-nos. A vida revela-se, toda ela frágil, vazia, quando se cala mais uma voz que nos embalou. Mais ainda quando se quebra um último elo geracional. O meu avô costumava dizer que cada vez que alguém partia, desaparecia uma enciclopédia viva. Hoje, mais do que conhecimento, palavras, páginas, perdi um olhar para dentro das minhas raízes. Apercebo-me agora que a doença leva a que os olhos estejam mais arregalados, não sei se com pressa de levar as últimas imagens deste mundo, se para permitir que possamos ver ainda mais de tanto que ainda resta por dizer e ensinar...

Sobre raízes, creio que tem de ser assim. Quanto mais pujante e ambiciosa a nossa vida, mais a perda das raízes nos retira o balanço. E inexorável, o nosso crescimento, fazer a nossa força enquanto árvores depender do que tantas raizes nos deram, e de repente, perder a vitalidade sem perder o que está no exterior, na superfície, sem que ninguém que nos olhe pense que estamos mais vulneráveis a tempestades. E estamos. Ficamos.

Não sei se é justo, partir de mansinho. Já o devia saber, as despedidas são sempre inesperadas. Se soubesse que era a última vez, teria o abraço sido mais forte? Teriam as palavras sido balbuciadas com maior desespero? Teria, não sei, dito obrigado por tudo o que me deram, suplicado para que me dissessem tudo o que precisava para continuar? Tenho sempre medo que esta enorme mansidão seja responsável por dar a impressão errada. Mas sinceramente, o que eu mostro, não, o que eu *sou* não se julga em impressoes. Afinal de contas, acolheram-me nos bracos e tiveram um papel em fazer de mim o que eu sou. Amamos de muitas formas, muitas pessoas. E amamos sobretudo quem nos amou.

Fizeram os dias assim: Sol e Sombra. Hoje, alegria imensa e tristeza plena. Num dia como tantos outros.

Deus fez este meu dia assim.
receitado por dfrodrig em 4:12 pm

2 comments:

Anonymous said...

"Encosta-te a mim", quando precisares.
Beijinhos
Cris

2:34 pm
miosotiis said...

eu não ouço, escuto.

por isso fica o abraço...*

9:47 pm

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