Não sei se a França se aos Franceses.
Quarta-feira, greve. Normalização na quinta-feira. Maior parte dos comboios na Sexta.
Hoje, chego à gare Cornavin às 6h15m: comboio suprimido. Anuncia-se uma radicalização da 'luta'. E tenho a certeza que em Portugal muita gente se regozija pelas conquistas e pelo exemplo dos sindicatos franceses.
Esses, não acordaram às 5 da manhã, e vivem de circo e fantochada.
Felizmente estou na Suiça. Sou reembolsado de imediato, sem questões, sem necessidade de provas, sem senãos. E tenho uma certeza. Se algum dia voltar a Portugal, não quero fazer parte de uma Europa que inclua uma França que aceita este pandemónio com naturalidade.
Haja paciência.
3 comments:
Não resisto a "reagir" a este post! Não sei se a palavra "reacção" também te arrepia! Mas meu amigo o que é que te incomoda???? Essa gentalha que luta por melhores condições??? Sem saber do que se passou em França (andei desaparecida do Mundo uns dias, só ouvi uma rádio local com muita publicidade e pouca informação), irrita-me reacções como a que acabas de ter - mesmo imaginando-te às 6 da matina numa gare!!! Ainda bem que há quem se incomode!
Agora, se o teu problema não é a greve em si, mas os problemas logísticos com ela relacionados, fica a saber que a França prima por avisar com bastante antecedência as situações de greve e por, quando possível, informar de possíveis situações alternativas para a restante população...
E não te preocupes... em Portugal as coisas caminham tragicamente para que não se aceite "esse pandemónio com naturalidade", razão pela qual se envia uns policiazitos para se ver o que se passa!
Eu cá admiro, não sei se essa França, se esses franceses que não perdem a capacidade de se incomodar por lutar em grupo por melhores condições para todos! Muito melhor que o que se passsa por cá, em que o cada um por si não tem feito nada para melhorar as coisas, garanto-te!
Efectivamente, isso não é totalmente verdade. Os franceses andaram anos a criar em redor deles aquilo que imaginaram ser um mundo bonito, com pássaros chilreantes e um sol sempre brilhante, lá no alto. E, quando as coisas apertaram mais, como a determinada altura se constatou que iria acontecer, foram e são o exemplo de quem não quer trabalhar. Quando não há dinheiro e as pessoas não querem trabalhar, é o caos. Felizmente, ainda não aconteceu por aqui, em Portugal, e espero que não aconteça a esse ponto.
Assim, quanto aos franceses, mesmo lamentando o que se passa com os mais desfavorecidos, e à semelhança do que se passa por cá, estão apenas a comer do milho que semearam e que publicitaram ter semeado. São mais uns que trabalham em pequenas equipas, mas não para o bem da Equipa maior. Para mal de todos, estão geograficamente no centro da Europa; assim, só posso esperar que resolvam isso.
O teu ódio a frança foi circunstancial, o meu é estrutural!! Mas também tenho de dizer que, apesar disso, reconheço que muitas vezes só esse tipo de "luta" pode provocar mudanças; pois aquelas que fazemos eu e tu, individualmente, não tem a visibilidade e o impacto duma paralização e caímos no esquecimento, aceitando a inevitabilidade de uma selecção social natural - somos o elo mais fraco deste liberalismo exacerbado se não nos unirmos em prol de algo comum, não sei não...
Felizmente que estás na Suíça e não em Portugal,...Nisso tens toda a razão!
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