Para quando a nossa alma se afunda!

Foz do Douro - Setembro 2005

Para as almas que se sentem afogar, Sophia de Mello Breyner Andersen escreveu "No tempo dividido.".

Sei que estás dividida, minha melhor amiga. Que não te posso enquadrar aqui, como amiga e compincha. E que um abraço longo não chega. Mas deixo-te palavras, escritas com o mesmo sal do mar que está junto a ti.

"Por que será que não há ninguém no mundo
Só encontrei distância e mar
Sempre sem corpo os nomes ao soar
E todos a contarem o futuro
Como se fosse o único presente
Olhos criavam outras as imagens
Quebrando em dois o amor insuficiente
Eu nunca pedi nada porque era
Completa a minha esperança"

Sophia de Mello Breyner Andresen - No tempo dividido (VI)

Não chega. Não chega. Porque têm de ser as melhores pessoas a sofrer mais? Por serem sempre as que esperam mais? As mais inocentes?

Somos iguais: ficamos perdidos, afogamo-nos, partimos creio de um único momento. Pudera eu ter ficado a tocar viola contigo, pudera sabermos o suficiente para ter a sagacidade de enfrentar as coisas com a força que parecemos ter.

Não sei, que dizer. E era o momento em que devia ter as palavras certas, o sorriso evidente, o abraço infalível. Mas afinal, reconheço que ainda não passei por tudo. Também acreditava...

Também acreditava.


PS: A felicidade está aí ao virar da esquina... e se a rua te parece grande demais, estou aqui para te dar uma boleia. Afinal, quantas vezes já andei ao teu colo?

PS2: A felicidade está mesmo aí, believe me!. As letras pequeninas dizem sempre o mais importante: " You promised so much to me but/now you've left me/We go by and then we lie and all these time we wasted/Time goes by, and people lie and everything goes too fast./Time went by, and then we died, and everything went too fast./everything went too fast/everything went too fast/everything went too fast"